Quer saber quem faria 105 anos no dia 30 de julho? Clique qui!

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 Prezados leitores, como o aniversário de Mario Quintana seria dia 30 de julho, vamos conhecer   um pouco mais sobre este poeta, que é um dos meus preferidos.

 

 

Mário Quintana era filho de Celso de Oliveira Quintana e de Virgínia de Miranda, fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo, quando esta ainda era uma instituição eminentemente gaúcha, e depois na farmácia paterna.

Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.

Em 1953, Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal.

Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o poema Quintanares, de sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em 1976, ao completar setenta anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado do Rio Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da ABL, pelo conjunto da obra.

                        Vida pessoal

 

 

A Casa de Cultura Mario Quintana, antigo Hotel Majestic.

Mário Quintana não se casou nem teve filhos. Solitário, viveu grande parte da vida em hotéis: de 1968 a 1980, residiu no Hotel Majestic, no centro histórico de Porto Alegre, de onde foi despejado quando o jornal Correio do Povo encerrou temporariamente suas atividades, por problemas financeiros e Quintana, sem salário, deixou de pagar o aluguel do quarto. Na ocasião, o comentarista esportivo e ex-jogador da seleção Paulo Roberto Falcão cedeu a ele um dos quartos do Hotel Royal, de sua propriedade. A uma amiga que achou pequeno o quarto, Quintana disse: "Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas".[Essa mesma amiga, contratada para registrar em fotografia os oitenta anos de Quintana, conseguiu um apartamento no Porto Alegre Residence, um apart-hotel no centro de Porto Alegre, onde o poeta viveu até sua morte. Ao conhecer o espaço, ele se encantou: "Tem até cozinha!".Em 1982, o prédio do Hotel Majestic, que fora considerado um marco arquitetônico de Porto Alegre, foi tombado. Em 1983, atendendo a pedidos dos fãs gaúchos do poeta, o governo estadual do Rio Grande do Sul adquiriu o imóvel e transformou-o em centro cultural, batizado como Casa de Cultura Mario Quintana. O quarto do poeta foi reconstruído em uma de suas salas, sob orientação da sobrinha-neta Elena Quintana, que foi secretária dele de 1979 a 1994, quando ele faleceu.Segundo Mário, em entrevista dada a Edla Van Steen em 1979, seu nome foi registrado sem acento. Assim ele o usou por toda a vida.Faleceu em 1994 em Porto Alegre. Encontra-se sepultado no Cemitério São Miguel e Almas em Porto Alegre.

Em 2006, no centenário de seu nascimento, várias comemorações foram realizadas no estado do Rio Grande do Sul em sua homenagem.

Relações com a ABL

O poeta tentou por três vezes uma vaga à Academia Brasileira de Letras, mas em nenhuma das ocasiões foi eleito; as razões eleitorais da instituição não lhe permitiram alcançar os vinte votos necessários para ter direito a uma cadeira. Ao ser convidado a candidatar-se uma quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade em torno de seu nome, o poeta recusou.

 

                   Obras

                        Obra poética

·      A Rua dos Cataventos - Porto Alegre, Editora do Globo, 1940

·      Canções - Porto Alegre, Editora do Globo, 1946

·      Sapato Florido - Porto Alegre, Editora do Globo, 1948

·      O Aprendiz de Feiticeiro - Porto Alegre, Editora Fronteira, 1950

·      Espelho Mágico - Porto Alegre, Editora do Globo, 1951

·      Inéditos e Esparsos - Alegrete, Cadernos do Extremo Sul, 1953

·      Poesias - Porto Alegre, Editora do Globo, 1962

·      Caderno H - Porto Alegre, Editora do Globo, 1973

·      Apontamentos de História Sobrenatural - Porto Alegre, Editora do Globo / Instituto Estadual do Livro, 1976

·      Quintanares- Porto Alegre, Editora do Globo, 1976

·      A Vaca e o Hipogrifo - Porto Alegre, Garatuja, 1977

·      Esconderijos do Tempo - Porto Alegre, L&PM, 1980

·      Baú de Espantos - Porto Alegre - Editora do Globo, 1986

·      Preparativos de Viagem - Rio de Janeiro - Editora Globo, 1987

·      Da Preguiça como Método de Trabalho - Rio de Janeiro, Editora Globo, 1987

·      Porta Giratória - São Paulo, Editora Globo, 1988

·      A Cor do Invisível - São Paulo, Editora Globo, 1989

·      Velório Sem Defunto - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1990

·      Água - Porto Alegre, Artes e Ofícios, 2011

                        Livros infantis

·      O Batalhão das Letras - Porto Alegre, Editora do Globo, 1948

·      Pé de Pilão - Petrópolis, Editora Vozes, 1968

·      Lili inventa o Mundo - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1983

·      Nariz de Vidro - São Paulo, Editora Moderna, 1984

·      O Sapo Amarelo - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1984

·      Sapato Furado - São Paulo, FTD Editora, 1994

                        Antologias

·      Nova Antologia Poética - Rio de Janeiro, Ed. do Autor, 1966

·      Prosa & Verso - Porto Alegre, Editora do Globo, 1978

·      Chew me up Slowly (Caderno H) - Porto Alegre, Editora do Globo / Riocell, 1978

·      Na Volta da Esquina - Porto Alegre, L&PM, 1979

·      Objetos Perdidos y Otros Poemas - Buenos Aires, Calicanto, 1979

·      Nova Antologia Poética - Rio de Janeiro, Codecri, 1981

·      Literatura Comentada - Editora Abril, Seleção e Organização Regina Zilberman, 1982

·      Os Melhores Poemas de Mário Quintana (seleção e introdução de Fausto Cunha)- São Paulo, Editora Global, 1983

·      Primavera Cruza o Rio - Porto Alegre, Editora do Globo, 1985

·      80 anos de Poesia - São Paulo, Editora Globo, 1986

·      Trinta Poemas - Porto Alegre, Coordenação do Livro e Literatura da SMC, 1990

·      Ora Bolas - Porto Alegre, Artes e Ofícios, 1994

·      Antologia Poética - Porto Alegre, L&PM, 1997

Mario Quintana, Poesia Completa - Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 2005