"O português são dois; o outro, mistério. " Carlos Drummond de Andrade
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Silmara Nunes e Vinícius Pimentel
(Professores de Língua Portuguesa e Literatura)
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Convidado do Mês
Caros leitores, gostaria de postar o presente artigo sobre um assunto bem pertinente a nossa realidade, a música popular brasileira, pois música por meio de suas vozes manifesta diversas identidades, atuando e contribuindo de forma direta para florescimento de uma determinada cultura.
O assunto que vou tratar neste artigo é a Tropicália, a arte repleta de vozes, que vestiu e transformou de maneira espetacular a música popular brasileira, fora muito bem criada e vivida pela magnífica voz de Caetano Veloso. A década de 60 é ficou marcada no Brasil, como uns dos períodos mais agitado mediante ao sistema político e ao mesmo tempo culturalmente, foi uma época de constante debate. Eis que surge o Tropicalismo um movimento que rompe com o valor da música Popular Brasileira, repleto de originalidade e o mesmo tempo, este movimento ficou marcado como a imprecisão de propósitos que de fato atuou pelo viés da comunicação com a massa.
O nome tropicalismo nos conjetura primeiramente o entendimento de algo múltiplo, fragmentado que supõe liberdade, movimento, nosso grande compositor Caetano Veloso por meio de suas composições, recupera todos os elementos possíveis, o que levou a sociedade da época a enxergar o movimento tropicalista como algo repleto de originalidade da nossa cultura, que deixou muitos sem entender o que viam e ouviam em síntese é de fato possível enxergar que posteriormente ao tropicalismo passou a existir mais liberdade.
Segue como sugestão a canção "Tropicália" de Caetano Veloso, que retrata de maneira magnífica o movimento proposto:
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento
No planalto central do país
Viva a Bossa, sa, sa
Viva a Palhoça, ça, ça, ça, ça
Viva a Bossa, sa, sa
Viva a Palhoça, ça, ça, ça, ça
O monumento
É de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde
Atrás da verde mata
O luar do sertão
O monumento não tem porta
A entrada é uma rua antiga
Estreita e torta
E no joelho uma criança
Sorridente, feia e morta
Estende a mão
Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
No pátio interno há uma piscina
Com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina
E faróis
Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E no jardim os urubus passeiam
A tarde inteira entre os girassóis
Viva Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
Viva Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
No pulso esquerdo o bang-bang
Em suas veias corre
Muito pouco sangue
Mas seu coração
Balança um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores
Ele põe os olhos grandes
Sobre mim
Viva Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
Viva Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
Domingo é o fino-da-bossa
Segunda-feira está na fossa
Terça-feira vai à roça
Porém...
O monumento é bem moderno
Não disse nada do modelo
Do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno
Meu bem
Que tudo mais vá pro inferno
Meu bem
Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da
Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da
Silmara Nunes & Vinícius Pimentel© 2011 Todos os direitos reservados.